terça-feira, 31 de julho de 2012

Ciclo Ritual e Festivo Dedicado ao Orixá Oxum.

Cortejo Ritual na Cerimônia da Cesta de Oxum.
Ogans do Terreiro Carregando a Oferenda.
 A comunidade do Ilé Àse Òrìsànlá Tàlábí realizou no domingo, dia 15 de julho, o Toque (xirê) de encerramento do ciclo dedicado ao Orixá Oxum. Na liturgia do terreiro, o mês de julho é reservado para a realização dos rituais da divindade das águas doces, da gestação e da fecundidade. As homenagens e obrigações são feitas em um ciclo de oito dias de preceito, finalizando-se com uma das cerimônias mais importante no calendário litúrgico da casa, a Cesta de Oxum. Este complexo ritual, cheio de particularidades e fundamentos, tem em um dos seus momentos mais sagrados, a entrega de oferendas ao rio. O Toque realizado em homenagem a este Orixá, e que finaliza o ciclo, inicia-se como os demais, com cânticos e danças para todos os Orixás, mas é no momento dos cânticos para Oxum que é retirado do Peji (quarto sagrado dos Orixás) “o presente”, como é chamada intimamente a Cesta de Oxum pelos filhos da casa, e ai toda uma litúrgica é iniciada, são entoados cânticos, rezas e realizadas saudações rituais. Os filhos e presentes ficam ajoelhados no centro do barracão, aonde fora depositada a Cesta, realizando seus agradecimentos e pedidos. Ao ser levantada, e sendo carregada pelos Ogans da casa, a cesta de Oxum percorre os quatro cantos do terreiro, e a partir dai todos seguem em procissão com as oferendas para as margens do rio. Lá mais uma vez cânticos e rezas são entoados para a entrega do presente as águas. Para nós filhos do Axé Talabi, é muito gratificante poder manter em nossa comunidade religiosa esta tradição Nagô tão rica e cheia de força, agradecemos a nossa matriarca Mãe Dada pelos ensinamentos e por estar junto aos mais velhos do nosso terreiro compartilhando conosco diariamente os saberes e fundamentos de nossa tradição. Adúpé Ìyà Mi. Abaixo mais fotos do Ritual da Cesta de Oxum.
Segue a Procissão da Cesta de Oxum até o Rio.
Entrega Ritual da Cesta de Oxum nas Margens do Rio
Percurso do Rio com a Cesta de Oxum.

Texto: Aguinaldo Júnior
Membro do Conselho Religioso do Ilê Axé Oxalá Talabi
Coordenador do Programa Tradição Cultura e Saúde
Griô Aprendiz

OBS: TODOS OS DIREITOS RESERVADOS, as fotografias, vídeos e textos, assim como todos os conteúdos publicados neste site são de uso EXCLUSIVO do ILÊ AXÉ OXALÁ TALABI, ficando assim PROIBIDO as suas reproduções sem prévia autorização por escrito. Caso contrário, serão tomados procedimentos jurídicos recorrentes a aplicação na forma da Lei.







segunda-feira, 9 de julho de 2012

I Mostra de Culinária Tradicional do Axé Talabi.

Mesa da Divindade Òsáyìn - Prato servido: Pòtétò lilo èsopia
(purê de Abacate com leite e açúcar mascavo).
O Ilé Àse Òrìsànlá Tàlábí através do Programa Tradição Cultura e Saúde realizou em sua comunidade, neste último domingo dia 08 de julho, a I Mostra de Culinária Tradicional do Axé Talabi. O evento que nesta primeira edição trouxe como temas: a importância da mulher para o terreiro e a comida de santo como importante ferramenta para a promoção da saúde, foi aberto com uma grande roda de diálogo que abordou diversos assuntos ligados aos dois temas centrais, após a finalização da roda, fora apresentadas ao público as mais de vinte divindades cultuadas na tradição religiosa do terreiro assim como os seus pratos sacros. Vinte e dois pratos sagrados foram servidos para degustação a todos os presentes. O coordenador do programa Aguinaldo Júnior, falou sobre cada divindade cultuada na tradição Nagô da casa, apresentando os Orixás que mantêm seus cultos preservados na liturgia do terreiro e destacando as suas particularidades, como suas cores, seus mitos, ritos e as datas festivas reservadas anualmente no calendário ritual do ilê. O destaque entre as comidas servidas na mostra foi para os seis pratos do grupo das divindades do branco, chamados no terreiro de Orixás Funfun, que se alimentam de comidas sem tempero, sem sal e sem o azeite de dendê, dentre os pratos destas divindades estavam o de Orixalá, o patrono do terreiro, o de Orumilá e o de Oxaguiã. O evento foi um grande sucesso com participação total dos moradores da comunidade, dos filhos da casa, de pais, mães e filhos de outros terreiros e demais convidados que vieram prestigiar a casa, e se deliciar com os sabores da tradição. As atividades do evento foram realizadas gratuitamente como uma ação do Programa Tradição Cultura e Saúde e com apoio do Ministério da Saúde, Ministério da Cultura, do Fundo Nacional de Cultura e do Programa Cultura Viva. Na mostra também foram expostos e posto a venda os produtos (artesanatos, roupas e acessórios) desenvolvidos pelo Núcleo Colaborativo de Produção e Moda, coletivo de produção artística cultural que realiza na Comunidade Axé Talabi, atividades produtivas que são desenvolvidas baseadas na estética afro-brasileira e na religiosidade Nagô do terreiro, nas áreas  do artesanato, da arte digital, do design e da moda. Para mais informações sobre o núcleo clique Aqui
Abaixo mais fotos do evento.
Abertura da I Mostra de Culinária Tradicional do Axé Talabi -
Roda de diálogo realizada no corredor central do terreiro, próximo
a cozinha, espaço sagrado na tradição do ilê.
Panorama geral da roda de diálogos, realizada na abertura
da Mostra Culinária do Axé Talabi.
Transmissão dos Saberes Tradicionais do Terreiro - expecificação
de cada divindade cultuada na tradição Nagô da casa. Na foto
a Ìyálórìsà da casa na mesa dos Orixás Funfun.


Filhos do Terreiro servindo os convidados com
as comidas das divindades expostas na mostra.




Mesa de exposição e venda dos produtos do Núcleo
Colaborativo de Produção e Moda. Na foto Afine Maida
Estilista responsável pelos trabalhos do núcleo.

Texto: Aguinaldo Júnior
Membro do Conselho Religioso do Ilê Axé Oxalá Talabi
Coordenador do Programa Tradição Cultura e Saúde
Griô Aprendiz

OBS: TODOS OS DIREITOS RESERVADOS, as fotografias, vídeos e textos, assim como todos os conteúdos publicados neste site são de uso EXCLUSIVO do ILÊ AXÉ OXALÁ TALABI, ficando assim PROIBIDO as suas reproduções sem prévia autorização por escrito. Caso contrário, serão tomados procedimentos jurídicos recorrentes a aplicação na forma da Lei.