Ciclo Ritual e Festivo Dedicado ao Orixá Xangô.

Cortejo Ritual da Bandeira de Xangô - Aos filhos mais velhos de Xangô do
terreiro é incumbida a missão de carregar as bandeiras e o Oxé. Na foto acima
da esquerda para direita os Ogans Srº Aguinaldo Barbosa (Obá Dodê), o Srº
David Bassous (Obá Airá) e o Srº Cloves de Xangô.

 O Ilê Axé Oxalá Talabi finalizou no último sábado, dia 30 de junho, o Ciclo Ritualístico e Festivo dedicado ao Orixá Xangô. Durante o mês o Orixá do fogo e dos trovões recebeu homenagens através dos ritos litúrgicos realizados no terreiro pela  Ìyálórìsà da casa, Mãe Dada de Oxalá e pelos demais membros do Ilê. O ciclo que anualmente se inicia tradicionalmente em um quarta-feira, louva Xangô e as demais divindades de sua família e é marcado pela beleza ritual do Cortejo da Bandeira de Xangô, ou ritual da bandeira como é chamado pelos filhos da casa. Durante doze dias toda a comunidade religiosa está em preceito, realizando as etapas do ciclo ritual que se inicia com a lavagem ritual de todas as insígnias, objetos rituais e fundamentos da divindade, e segue com o Ritual do Amalá, oferecimento da comida votiva do Orixá Xangô; o Ritual da Obrigação de Xangô, ritual de oferendas etutu; o Toque de Xangô, ritual do xirê, festa dedicada ao Orixá homenageado, com sequência de cânticos, toques e danças; o Ritual da Bandeira de Xangô, ritual que homenageia o Orixá através do asteamento das duas bandeiras que carregam os símbolos e cores do Orixá e são elementos que representam a relevância das homenagens dedicada ao Deus do fogo na casa, e por fim o Ritual da Fogueira de Xangô, ritual que oferta o fogo como elemento vivo e ativo importante para a distribuição do axé do Orixá, no ritual é realizado uma louvação a Airá, onde são entoados cânticos da tradição Nagô. Este ano o ciclo de junho teve um "motivo a mais" para a comunidade vibrar, fora também realizadas as obrigações da Filha Rosimary Guedes - Mãe Mery, filha antiga da casa cujo Orixá é Oyá, ela recebeu das mãos da  Ìyálórìsà da casa todos os Axés e Fundamentos importantes para a liturgia e comando do espaço sagrado da cozinha e tomou posto de Iyàgbàsé perante toda a comunidade no dia do Toque de Xangô. A mais de vinte anos a comunidade Axé Talabi louva a esta divindade com extremo rigor ritual e beleza, realizando um ciclo lindo e cheio de força. Esta é uma tradição que sem sombra de dúvidas faz manter a memória dos nossos ancestrais vivas. Abaixo mais fotos do ciclo:

Oxé (símbolo de força e vitalidade) de Xangô ao centro do Terreiro.

A filha Rosimary Guedes - Mãe Mery - Recebendo o Posto de Iyàgbàsé do
Terreiro. Na foto a Ìyálórìsà Mãe Dada consultando o Jogo cerimonial.

Oyá, Divindade dos Ventos e Tempestades, Orixá da Iyàgbàsé do Terreiro,
dançando com a mesma após o ritual de Orukó.

Srº Pequeno de Xangô (Obá Ogodô) observando
o Fogo da Fogueira de Xangô no Terreiro.

Texto: Aguinaldo Júnior

Membro do Conselho Religioso do Ilê Axé Oxalá Talabi

Coordenador do Programa Tradição Cultura e Saúde

Griô Aprendiz

OBS: TODOS OS DIREITOS RESERVADOS, as fotografias, vídeos e textos, assim como todos os conteúdos publicados neste site são de uso EXCLUSIVO do ILÊ AXÉ OXALÁ TALABI, ficando assim PROIBIDO as suas reproduções sem prévia autorização por escrito. Caso contrário, serão tomados procedimentos jurídicos recorrentes a aplicação na forma da Lei.

I Mostra de Culinária Tradicional do Axé Talabi.

O Ilé Àse Òrìsànlá Tàlábí através do Programa Tradição Cultura e Saúde convida a todos para participarem do evento: I Mostra de Culinária Tradicional do Axé Talabi, que será realizado neste próximo domingo (08 de Julho) na Comunidade Axé Talabi, localizada no bairro de Arthur Lundgren I em Paulista. O evento que em sua primeira edição abordará os temas: a importância da mulher para o terreiro e a comida de santo como importante ferramenta para a promoção da saúde, realizará também diversas atividades: oficina de transmissão dos saberes da culinária tradicional do terreiro, uma roda de diálogos com o tema: a importância da mulher na comunidade, a exibição de um documentário que registra de forma sublime a importância de um alimento Africano introduzido no Brasil pelos negros, o Acarajé, além de é claro, a degustação de pratos sagrados servidos as divindades femininas cultuadas na tradição da casa, como o Omolocum, o Mungunzá e o Acaçá. Como na tradição do terreiro o mês de julho é dedicado à divindade Òsun, ela que é a dona dos sabores e da doçura e Orixá patrona do evento, suas comidas juntamente com às das demais Iyabá, Nànà, Obà, Yemojá, Iyewa e Oya, serão ofertará a todos para degustação. O evento é uma ação do Programa Tradição Cultura e Saúde, com apoio do Ministério da Saúde, Ministério da Cultura, do Fundo Nacional de Cultura e do Programa Cultura Viva. O Programa Tradição Cultura e Saúde é um projeto de desenvolvimento sustentável que dá visibilidade as ações culturais e religiosas do terreiro Axé Talabi, e vem há mais de cinco anos criando parcerias com diversas instituições. O coordenador do programa, Aguinaldo Júnior, explica que o evento pretende destacar e dar visibilidade a importância da mulher, que tem a força de produzir a alimentação ritual do terreiro para todos da comunidade: “Todos os alimentos produzidos pelas mulheres de nosso terreiro e que são utilizados nas oferendas exercem um papel de comunhão e integração de nós, homens, para com as nossas divindades, estes alimentos são ofertados, servidos aos Orixás aqui nesta casa como alimento-sacro, provedor de muito axé, saúde e prosperidade”. 

Serviço:
Comunidade Axé Talabi
Rua Orobó n.º 257 Arthur Lundgren I 
Paulista - PE
(81) 3435-4638

(Ponto de referência: pela PE-15 sentido Igarassu entrada de Arthur Lundgren I nos novos edifícios Parque Jardins  - entrada antes do Cemitério Municipal de Paulista, depois segunda rua a esquerda, rua da pracinha).

Texto: Aguinaldo Júnior

Membro do Conselho Religioso do Ilê Axé Oxalá Talabi

Coordenador do Programa Tradição Cultura e Saúde

Griô Aprendiz

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